quinta-feira, 30 de junho de 2011

DROPKICK MURPHYS


Você gosta de rock? Pois vai adorar conhecer (se já não conhece) esses caras de Massachusetts (EUA).

Ditos (segundo o sábio Google) como “celtic punk”, eles inovam no que fazem, e são muito bons. Com uma grande influência da música irlandesa, eu arrisco dizer que a gaita de fole é o toque especial no ritmo hardcore dos Dropkick Murphys.

Eles “estão aí na atividade” desde 1996 que foi quando começaram a fazer turnês e shows, claro, com algumas mudanças, mas sempre com seu estilo próprio e cativando cada vez mais fãs no mundo.

Em 97, lançaram seu primeiro álbum “Do or Die” e logo depois o vocalista da banda Mike McColgan saiu do grupo e foi substituído por Al Barr.

Nos anos seguintes, mais álbuns e mais fãs.

“The Gang’s All Here” é de 1999, também tem o “Blackout” de 2003 e “Going Out In Style” de 2011.

Mas chega de muito falatório, vamos ao que interessa MÚSICA!

Ouça abaixo a música “Famous For Nothing”.


Fica a dica.

sexta-feira, 24 de junho de 2011

YANN TIERSEN


Vocês conhecem os músicos minimalistas? Pois devem conhecer.
Especialmente ele, o nosso post de agora, YANN TIERSEN.

Um francês com muitos talentos, multiinstrumentista, incrível no que faz. E isso, caro leitor, você pode confirmar porque já deve ter assistido "Le Fabuleux Destin d'Amélie Poulain" ou então "Good Bye, Lenin!", e ele, ninguém mais, e ninguém menos, foi quem fez a trilha sonora dos filmes citados.

Yann estudou piano, regência orquestral e violino quando mais novo. Nos anos 80, se juntou à vários grupos de rock; em seguida começou a escrever trilhas sonoras para peças teatrais e alguns filmes menos conhecidos.

Tiersen é fabuloso no som, os instrumentos são harmônicos e se combinam como nunca vi antes, cada música, cada trecho, te leva para um lugar diferente.
Umas lembram chuva, outras lembram praias ensolaradas...
Só mesmo ouvindo pra ouvir, ou melhor, sentir.

Abaixo, La Valse d'Amélie.


Fica a dica

quarta-feira, 22 de junho de 2011

LOVE IS A DOG FROM HELL

Um livro gostoso de ser lido e muito, mas muito mesmo,tapa na cara!

É tudo e mais ainda, do que se poderia esperar um ser da geração “beat”.

LOVE IS A DOG FROM HELL é

um ótimo livro escrito por Charles Bukowski entre os anos 1974 e 1977, uma coletânea de poemas maravilhosa que mostra o amor nu das pessoas comuns que amam. E como amam!

Um livro apaixonante.

Bukowski teve infância difícil, não se dava bem com o pai, morreu de leucemia. Mas viveu a vida até o último gole.

Nascido na Alemanha mas tendo vivido nos EUA, Bukowski foi um ícone, assim como Jack Kerouac, da geração beat.

Tinha sérios problemas com o alcoolismo, e isso fez com que se internasse com problemas no estômago várias vezes. No fim da vida, já não bebia "tanto", mesmo assim, uma imagem que define bem seu estilo é ele com um copo de bebida na mão dizendo que o médico falara que se bebesse mais um gole de álcool ele morreria. "Pois é, os médicos mentem".

Em LOVE IS A DOG FROM HELL (O Amor é um Cão dos Diabos) nada de ultra romantismo, nada de caixas de bombom, nada de “não lhe dou uma rosa porque tem espinho”, ele é simples e complexo, paradoxal, fuleiro, machista que ama mulheres, humano, vulnerável. Faz-nos lembrar nossa própria essência, nosso desejo puramente sexual pelo outro e depois disso mais nada.

Bukowski, guardem esse nome.

Vai aparecer mais vezes.

Com toda a certeza.

Agora um poema para vocês terem um gostinho do livro:

Como ser um grande escritor

você tem que trepar com um grande número de mulheres
belas mulheres
e escrever uns poucos e decentes poemas de amor.

e não se preocupe com a idade
e/ou com os talentos frescos e recém-chegados.

apenas beba mais cerveja
mais e mais cerveja

e vá às corridas pelo menos uma vez por
semana

e vença
se possível.

aprender a vencer é difícil -
qualquer frouxo pode ser um bom perdedor.

e não se esqueça do Brahms
e do Bach e também da sua
cerveja.

não exagere no exercício.

durma até o meio-dia.

evite cartões de crédito
ou pagar qualquer conta
no prazo.

lembre-se que nenhum rabo no mundo
vale mais do que 50 pratas.
(em 1977).

e se você tem a capacidade de amar
ame primeiro a si mesmo
mas esteja sempre alerta para a possibilidade de uma
derrota total
mesmo que a razão para essa derrota
pareça certa ou errada -

um gosto precoce de morte não é necessariamente
uma coisa má.

fique longe de igrejas e bares e museus,
e como a aranha seja
paciente -
o tempo é a cruz de todos,
mais o
exílio
a derrota
a traição

todo este esgoto.

fique com a cerveja.

a cerveja é o sangue contínuo.

uma amante contínua.

arranje uma grande máquina de escrever
e assim como os passos que sobem e descem
do lado de fora de sua janela
bata na máquina
bata forte

faça disso um combate de pesos pesados

faça como o touro no momento do primeiro ataque

e lembre dos velhos cães
que brigavam tão bem:
Hemingway, Céline, Dostoiévski, Hamsun.

se você pensa que eles ficaram loucos
em quartos apertados
assim como este em que agora você está

sem mulheres
sem comida
sem esperança

então você não está pronto.

beba mais cerveja.
há tempo.
e se não há
está tudo certo
também
.

INSOMNIA

Quem é que não conhece o vasto repertório de filmes de Robin Williams?

Patch Adams, Dead Poets Society, Hook, What Dreams May Come…

Ele é um grande ator, todos sabemos, e sabemos que na maioria e seus filmes ele é o mocinho.

Mas...

Não nesse!

INSOMNIA é o remake de um filme norueguês . Filmado em 2002, o triller conta com Al Pacino, Hilary Swank e é dirigido por Chistopher Nolan (grandiosidade é o que não falta nesse filme)

No início, temos um policial em conflito com sua repartição por problemas que veremos ao longo do filme, e seu “camarada” que mais atrapalha do que ajuda. Eles viajam para o Alaska para ajudar na busca de um assassino cruel que matou uma garota de forma horrível e não deixou pistas. É lá que tudo piora. Como sabemos, o verão no Alaska é "de laskar" porque o sol não se esconde e meia noite ele está lá, a pino.

No meio de uma perseguição, atrás do assassino, Will Dormer (Al Pacino) acerta um tiro em Hap Eckhart (seu parceiro) que acaba morrendo sem que ninguém, só o assassino (Walter Finch – Robin Williams), veja.

A partir daí, os dois tem uma ligação. Dormer sabe coisas, pequenas informações que o vão levando até o assassino, em contraponto Finch sabe que a bala que matou Hap veio da arma de Dormer e não da dele.

Robin Williams faz um vilão brilhante, quase louco, mas não lunático e com sangue de barata. É um assassino feito pelas circunstâncias. Assim como Al Pacino.

Com esse elenco de peso, e um enredo muito elegante e bem trabalhado, INSOMNIA é mais uma boa escolha para cinema num tempo livre. Não é difícil econtrar, não é antigo, e também é fantástico olhar para Williams com o olhar repulsivo de um cruel assassino que mata uma adolescente a pancadas, e larga seu corpo no lixão.

Confesso que mesmo vendo esse filme, Robin Williams não consegue se desenhar como um “malvado” na minha cabeça. Ele é um ótimo ator, seja como palhaço, médico, soldado do exército, ou mesmo serial killer.

Fica a dica

terça-feira, 21 de junho de 2011

LE HUITIÈME JOUR

Um filme sobre a amizade nua e crua entre alguém dito “normal” e um portador de síndrome de down.

“No princípio não havia nada. Existia apenas a música.”

É assim que começa o filme mais lindo da minha vida, Le Huitième Jour (O Oitavo Dia) é um drama sem pegar pesado e sem apelação, uma história simples sobre um “yupie” que acaba de se divorciar e perde a guarda das filhas porque não consegue cuidar nem sequer dar atenção às meninas depois da separação, e um garotão que foge do abrigo onde vive. Um abrigo para pessoas excepcionais.

Georges, como se chama o garoto, foge apenas com a sua maleta e um cachorro que o acompanha, como companheiro de viagem. Até que Harry atropela, sem intenção, o cão de Georges e começa a amizade dos dois, pois agora o companheiro de viagem dele, Georges, é Harry.

Entre idas e vindas à vários lugares, vamos sendo conduzidos pelos caminhos dolorosos da separação de um pai e suas filhas, de dois amantes que não podem ficar juntos e, principalmente, vamos nos aproximando do improvável: uma amizade pura e absolutamente limpa de preconceitos entre os dois.

Harry encontra em Georges as respostas que nem procurava, na simplicidade como ele lida com a vida, e Georges encontra em Harry as complexidades da vida adulta e responsável que ele jamais conseguirá dar conta, e percebe que deve viver no abrigo sempre.

Com um final surpreendente, Le Huitième Jour nos deixa com lágrimas nos olhos e vontade de ligar para todos os nossos amigos só para lhes dizer o quanto são importantes.

Segue o trecho em que eles roubam uma viatura para salvar o Harry:

Fica a dica.

AMADOU ET MARIAM

Hoje vou falar de um casal que é, na minha opinião, a personificação do amor pela música. Eles são cantores, lindos, queridos, engajados, cegos, e apaixonados pelo que fazem.

AMADOU & MARIAM

Ouvi falar deles numa aula de francês nesse semestre e logo fui buscar mais informações, pena não ter encontrado muitas.

As poucas que consegui traduzir estão aqui pra vocês meus queridos, divirtam-se.

O estilo deles lembra aquelas músicas de se ouvir ao lado de um fogão a lenha num “samedi” levemente frio, com sua avó contando histórias.

Adoro muito.

Deleitem-se.



Amadou e Mariam são uma dupla musical do Mali (África) conhecidos como os “Cegos do Mali”.

Amadou perdeu a visão quando tinha 16 anos enquanto Mariam ficou cega aos 5 anos de idade.

Como músicos, são exímios no que fazem! Amadou é guitarrista e vocalista e Mariam fica só nos vocais, e minha nossa, que vocais!

Suas primeiras gravações de 1980/90 são de violão e voz esparsos, mas desde o final dos anos 90 eles começaram a misturar o som tradicional do Mali com guitarras, violinos sírios, trompetes cubanos, ney egípcio, etc... Dando assim mais vivacidade a sua música, e fazendo voar por muitas culturas que não só a africana. Agradando muitos que passavam por ali de nariz empinado.

Em 2006, eles tocaram na Copa do Mundo, em alemão, a canção chegou ao topo das paradas na Alemanha.

Também já apoiaram o Coldplay e o U2. Olha que pop!

E agora um vídeo de uma música muito legal deles, chama-se Pauvre Type, depois, como de costume, segue a letra, é em francês, mas lembremos que na África alguns países falam francês ;)



Segue a letra:

Refrain :
Regardez ce Pauvre type, il est fatigué,
Regardez ce Pauvre type, il est malheureux
Regardez ce Pauvre type, il est misérable
Regardez ce Pauvre type, il est fatigué

Aujourd'hui, c'est samedi,
Samedi, le week-end commence,
Pour préparer sa soirée,
Il se promène de porte en porte
En cherchant chaussures et pantalon, une chemise, une cravate
Quelques jetons dans sa poche,
C'est la fête, la fête qui commence.

Refrain

Aujourd'hui, c'est samedi,
Il rejoint ses camarades,
Arrivé au grain, la négociation commence,
Il s'en va voir le boutiquier
Du thé, du thé à crédit
Du sucre, du sucre à crédit
Un seul long de cigarette
Il le fout dans un paquet vide
Il s'en va tout joyeux
C'est la fête, la fête qui commence.

Como podem ver, também são críticos como o Dutronc, mas o são mais com o seu país e o seu governo.

Comentem! Eu adoraria saber o que vocês pensaram sobre a música! Vocês podem usar o Google Tradutor e entender um pouco.


Fica a dica.

segunda-feira, 20 de junho de 2011

INAUGURANDO


Para inaugurar o blog eu gostaria de esclarecer primeiro o que vocês poderão encontrar (ou não) aqui. Bom, serão posts sobre música, filmes, livros, desde os populares até os mais peculiares e desconhecidos. E não é por uma escolha divina ou tarô, sei lá, é uma ordem muito simples: vou falar do que eu conheço. Se eu gosto/gostei ou não, é outra história, mas vou falar somente do que eu sei, pesquisei, e tenho conhecimento para passar para vocês.

Hoje, no primeiro post, vamos falar de um francês muito agradável e crítico, meu adorável JACQUES DUTRONC.

Esse carinha fantástico nasceu em Paris no dia 28 de abril de 1943, crescendo num ambiente bem musical ele logo aprendeu a tocar piano, e depois guitarra, que veio a ser o instrumento favorito da sua adolescência.

Nos anos 60 ele participou do movimento musical francês “yéyé”

Dutronc já tentou estudar Desenho Industrial!!! Pasmem! Mas a grande paixão de sua vida sempre foi a música, e ele pendeu mesmo foi para esse lado... (ainda bem).

Ele é casado com a, também cantora, Françoise Hardy (que terá um post especial aqui, aguardem) e tem um filho nascido em 1973, chamado Thomas Dutronc, que é guitarrista de jazz. Família linda, não concordam?

Agora um vídeo da música que lançou Jacques Dutronc para o sucesso:



Segue a letra

Sept cent millions de chinois
Et moi, et moi, et moi
Avec ma vie, mon petit chez moi
Mon mal de tête, mon psi
J'y pense et puis j'oublie
C'est la vie, c'est la vie
Quatre vingt millions d'indonésiens
Et moi, et moi, et moi
Avec ma voiture et mon chien
Son Canigou quand il aboit
J'y pense et puis j'oublie
C'est la vie, c'est la vie
Trois ou quatre cent millions de noirs
Et moi, et moi, et moi
Qui vais au brunissoir
Au sauna pour perdre du poids
J'y pense et puis j'oublie
C'est la vie, c'est la vie
Trois cent millions de soviétiques
Et moi, et moi, et moi
Avec mes manies et mes tics
Dans mon p'tit lit en plumes d'oie
J'y pense et puis j'oublie
C'est la vie, c'est la vie
Cinquante millions de gens imparfaits
Et moi, et moi, et moi
Qui regardent Catherine Langeais
À la télévision chez moi
J'y pense et puis j'oublie
C'est la vie, c'est la vie
Neuf cent millions de crève la faim
Et moi, et moi, et moi
Avec mon régime végétarien
Et tout le whisky que je m'envoi
J'y pense et puis j'oublie
C'est la vie, c'est la vie
Cinq cent millions de sud américains
Et moi, et moi, et moi
Je suis tout nu dans mon bain
Avec une fille qui me nettoie
J'y pense et puis j'oublie
C'est la vie, c'est la vie
Cinquante millions de vietnamiens
Et moi, et moi, et moi
Le dimanche à la chasse au lapin
Avec mon fusil, je suis le roi
J'y pense et puis j'oublie
C'est la vie, c'est la vie
Cinq cent millards de petits martiens
Et moi, et moi, et moi
Comme un con de parisien
J'attends mon chèque de fin de mois
J'y pense et puis j'oublie
C'est la vie, c'est la vie
J'y pense et puis j'oublie
C'est la vie, c'est la vie

Para quem conhece um pouco de francês ou foi no “letras.terra” e buscou a tradução, vai observar que a letra é irônica e crítica. E, ouvindo a música, vai vir correndo dizer “nossa, me lembra Beatles! “. Pois sim, e sim. Ele é crítico e lembra muito Beatles nessa música (na minha cabeça pelo menos rs)

Essa é a marca dele, letras fortes e cheias de alfinetadas na sociedade e no modo de vida esdrúxulo de todos nós, seja nos anos 60 ou nos dias de hoje.

E assim encerro esse post curtinho sobre Dutronc, espero que vocês tenham vontade de ouvir mais coisas dele. Tem uma música (BÔNUS) que é demais, chama-se “Les gens sont fous, les temps sont flous” (As pessoas são loucas, os tempos são imprevisíveis, algo assim), procurem no Youtube, é de 1978. Vale a pena conferir ;)

Fica a dica.